Muita gente não sabe, mas Itu tem um campeão de tiro ao voo (ou tiro ao prato ou ainda tiro ao pombo, como era conhecido o esporte antigamente). Trata-se Rubens Molena, conhecido no mundo do tiro por Dodô, 47 anos. Dodô tem o DNA do tiro, já que desde 1934, quando o tiro esportivo chegou ao Brasil, trazido pelos italianos, seu bisavô estava entre os pioneiros. Naquela época, onde é hoje a Freguesia do Ó, na capital paulista, foi fundado o Clube de Caça e Tiro São Paulo. No início dos anos 1990, o clube mudou sua sede para o quilômetro 42 da rodovia Castello Branco.
“Desde que me conheço por gente, estou no meio do tiro. Mas comecei a competir efetivamente aos 14 anos. Meu pai [Hugo Molena] é atirador, disputou as Olimpíadas de 1972 [Munique/ALE] e eu já disputei inúmeros torneios nacionais e internacionais, já representei o Brasil no Egito, México, Portugal, Itália, Espanha…”, diz Dodô.
O atirador integra, ao lado do companheiro Lamberto Ramenzoni, uma equipe das mais fortes na modalidade, em nível internacional. Hoje estão em primeiro lugar no ranking nacional. Os amigos, inclusive, voltaram recentemente do Mundial de Tiro ao Voo e, em equipe, ficaram em segundo do mundo. “Em outubro nós estaremos indo para a Argentina, disputar o Mundial de Tiro a Hélice de Fan32, da categoria FEDECAT”.
O Tiro ao Voo é regulamentado pela CBCT – Confederação Brasileira de Caça e Tiro, sediada em Curitiba/PR, e Dodô anima-se em dizer que “a modalidade no Brasil e no mundo está crescendo muito”. Porém, trata-se de um esporte muito caro e absolutamente sem incentivos e parcerias. Paulistano de nascimento, Dodô praticamente foi criado em Itu e já adulto, após 24 anos trabalhando no mercado financeiro, resolveu mudar-se definitivamente para a cidade. “Hoje estou aqui e não quero sair mais”, decretou.
Apesar de ficar um bom período parado – entre 2010 e 2018 – o atirador coleciona os mais diversos títulos. “Assim que voltei, já me tornei campeão brasileiro. Tenho vários títulos brasileiros, da Copa do Brasil, Sul-Americano, ganhei títulos pela Europa”, comenta.
Incentivo ao esporte no Brasil, de modo geral, não é fácil. No tiro ao voo também é complicado. “O esporte é caro. Eu só tenho o apoio da CBC – Companhia Brasileira de Cartuchos”. Mas, para os novatos ou os menos graduados, as despesas são muitas e não é fácil manter-se. “Infelizmente no Brasil se tem incentivo ao futebol. Saindo disso praticamente não há incentivo”, lamentou o atleta que afirma que não há condições para se viver do tiro no Brasil.
Dodô é instrutor de tiro e se alguém se interessar em praticar a modalidade “é só entrar em contato com o Clube de Caça e Tiro de São Paulo, ou comigo mesmo. Meu Instagram é dodomolena ou pelo meu telefone, (11) 99644-9767, que estaremos de portas abertas para dar toda a atenção”. Finalizando, pelo que Dodô deixou claro, o amor pelo tiro está no DNA, herdado pelo avô. E isso está seguindo, já que seu filho, Rui, de 21 anos (que atira desde os nove), já possui também alguns títulos na modalidade.